quinta-feira, maio 25, 2006

Haja algum recolhimento

Here I am, again. Após viagens de sonho por algumas/algumos amigos, quero convencer-me a mim própria que:
vou de vela, vou daqui. D'oje a óito (querida avó) não estarei no mesmo sítio. Fica a Kitty e uma empregada só para ela, para vir pôr-lhe comida e falar-lhe, olha o luxo de ter animal doméstico (francamente, filho, podias levar a gatinha ...). (Com tantas horas na net, quero ver a conta, lá terei de cortar mais qualquer coisita). Pois Azenhas del Mar, tal qual como em Espanha mas sem prédios altos. O meu querido marido ofereceu-me um rádio, daqueles all in one, com leitor de cassettes (roufenhas, as minhas ...) leitor de CDs (lá vai o monte de preferidos) e rádio para ouvir alguns (pouquíssimos) noticiários e o "Questões de Moral", religiosamente, na Ant. 2. Quem não conhecer ... é música e palavras, gentes. Educação Moral e Social já tive!
Portanto, eu vou fazer anos e, por antecipação e porque raramente recebo o que gosto, deu-me uma grande alegria ver aquele canjirão que se usava na praia e chateia toda a gente. Por tuta e meia mas não foi fácil. Não se usa. Não tem Mps e tal, nem internet, nem pré-isto e aquilo...é só um daqueles rádios com pega e tudo ...Mas eu não vou incomodar ninguém (chata no dicionário é barca e aí fiquei sem saber se dizia chatear ou chatiar - chateia-me dar erros) porque quero é paisagem com mar ar ao fundo. E muitas veredas, muito monte, muita pedra ...longe da multiplicidade/multidão.
Ora é coisa dificil, deslocar-me, não julguem que não. Ele é os medicamentos (bastantes), aparelhos vários, ele é a família que quer sempre saber demais, ele é o sabão em barra, o antigo, o da CUF (credo!) (pode não haver), ele é a viagem que me põe sempre aos saltos (só gosto de andar de avião, vejam lá), ele é a roupa que não deve ser nem demasiado fria nem demasiado quente, nem demasiado blasée nem demasiado chic (e lá estou eu com montes de alternativas na mala cheia), ele é o conditionner da Body Shop, o shampôo duma marca maravilhosa que descobri há tempos e cheira a amêndoa (e acreditem ou não, só há num sítio), o Nivea milk, uns penduricalhos que aqui nunca uso e tenho pena, a questão dos sapatos ou sandálias ou mocassins ou sapatilhas ou chinelas ... eu sei lá. Isto é uma seca, diferente dos 20 aninhos, pois. Nem sei como arrumamos os tarecos, vendemos o carro e partimos para longe por 2 anos. Ou, mais perto, quando decidi mudar de vida e comprei uma mala com rodas e 2 ou 3 sacos jeitosos. Tanto trabalhinho e aqui estou. É munta coisa!! Quando estou para ir só quero é voltar ao meu poiso bem estabelecido e regrado. Depois de "lá" estar, só tenho vénias para mim mesma: fizeste bem, vês?
Donde não registo, não resisto, a pôr aqui uma foto do ninho onde nos acomodaremos. Façam figas para um tempinho normal, que eu mereço.
Esta coisa das palavras tem história: quando era pequenita e não tinha que ler, lia o dicionário. Era o orgulho da professora de Português. Adoro broncar, digo, brincar com palavras e repalavras e subentendidos e terceiros ou segundos sentidos. Isto quando estou "in the mood". Entretanto, aproveito para contar da ternura que me dava um velho amigo, muito velho e ex-tintureiro numa fábrica (é agora um condomínio de luxo) que dizia:
- E as sarjetas, levas as sarjetas?
E eu dizia:
-Ó Rogério, eu levo as tarjetas (e ele sem dar por nada ...)
Pelo que se vê que a disposição é boa, já há dois dias que ninguém me incomoda ao telefone, com doenças, problemas - deles/as - grelhas de programação e a perguntar "como estou".
Um grande abraço a mim mesma, hoje não é chuto nem má cara. Atenciosamente, para mim.

1 comentário:

sa.ra disse...

grande abraço!
:)
abraço grande!